sábado, 29 de dezembro de 2018

Começa o ano da melhor forma! Quais são as tuas intenções para 2019?

“A nossa intenção cria a nossa realidade”
Wayne Dyer

Photo by Sasha Freemind on Unsplash


Esta é a minha altura preferida do ano, não só por Dezembro ser o mês do meu aniversário, do Natal e todo o espírito de união e celebração entre família e amigos que se vive, mas também pelo fechar de um ciclo e iniciar de outro.

Particularmente nesta última semana do ano, gosto de abrandar, refletir sobre como foi o ano que está a chegar ao fim e definir intenções e objetivos para o ano seguinte.

Refletir sobre como foi o ano permite-me reavaliar as escolhas que fiz e perceber se me permitiram aproximar da pessoa que quero ser, se foram alinhadas com os meus valores, intenções e objetivos. Permite-me também retirar as grandes aprendizagens, perceber como lidei com os desafios e agradecer tudo o que a vida me trouxe. E ainda ganhar clareza sobre as minhas intenções e objetivos específicos para o novo ano e quais os passos que preciso de dar para caminhar nessa direção.

Partilho contigo algumas questões que me ajudam nesta reflexão sobre o ano que está a terminar e que penso que te podem ajudar a ti:
  • Quais os momentos/ eventos que mais te marcaram?
  • Qual foi o principal tema que esteve presente este ano?
  • Quais as principais lições aprendidas?
  • Quais foram os momentos altos do teu ano?
  • O que queres levar e continuar a fazer no próximo ano?
  • O que não queres repetir e queres deixar em 2018?

Feita esta primeira reflexão, e com todas as respostas que surgiram, é agora altura de passar ao próximo passo: definir as tuas intenções para 2019!

A intenção funciona como o guia em relação à pessoa que queres ser, a forma como queres viver, como te queres sentir e surgir para a vida. Viver a vida de forma intencional significa resgatar o teu poder pessoal e agir de forma congruente e alinhada com os teus valores, sonhos, desejos e com quem verdadeiramente és. Com intenções claras, decidir fica mais fácil, a comunicação mais fluída e assertiva e, a todo o momento, vais manifestando a realidade em que queres viver.


Deixo-te também algumas perguntas que te vão ajudar a definir as tuas intenções e a visualizar o teu futuro:
  • Como te queres sentir?
  • O que é mais importante para ti?
  • O que queres viver?
  • O que queres criar na vida?
  • O que queres deixar ir?
  • Quem queres perdoar?
  • O que te faz feliz/ sentir bem/ grato?

Deixa as respostas surgirem naturalmente e escreve as intenções que mais ressoam em ti (de preferência em papel e que as coloques num sitio visível para ti!). Se não costumas refletir sobre estas questões e este exercício te parece muito desafiante, deixo-te algumas das minhas intenções:

  • Ser autêntica
  • Ser corajosa
  • Praticar o não julgamento
  • Amar incondicionalmente
  • Estar presente e em paz com o fluir da vida

Não basta definir intenções, é importante que as revisites e te conectes com elas. Nos momentos de maior desafio estas intenções funcionam como âncoras que te guiam. Partilha-as com as pessoas mais próximas, cria lembretes no telemóvel, recorda-as diariamente antes de começar o teu dia, acredita que te vai ajudar a manter o foco e a atraí-las para a tua vida.

Definir uma intenção é o primeiro passo para começar a agir no sentido que queres. Com uma intenção bem definida sentes a clareza e o alinhamento necessários para alcançar o que queres. Assim, a mente, o coração e o comportamento seguem todos na mesma direção.

Quando conheces as tuas intenções com base na forma como te queres sentir, as tuas ações e decisões são mais claras e conscientes e assumes o teu grande poder na vida, a vida que queres e que para ti faz sentido.

Qual é a tua intenção para 2019? Numa palavra, ou numa frase, partilha connosco!

Um excelente 2019!

Em amor...
Com Alma, Corpo e Mente

Cristina Batalha
cristinabatalha@gmail.com

quarta-feira, 26 de dezembro de 2018

Relacionamentos – 5 passos para viver em amor

As relações que construímos são seguramente o lugar mais mágico e, ao mesmo tempo, mais desafiante das nossas vidas. Nelas, encontramos o afeto, ternura, paixão, amor, felicidade e realização que tanto nos preenchem.

Mas é também nas relações que nos deparamos com os sentimentos mais densos, escuros e confusos… A sensação de que não somos amados, ou que damos mais do que recebemos. O facto de depositarmos expectativas na outra pessoa que nunca chegam a ser cumpridas. A vivência de angústias e discussões que parecem não ter fim e teimam em surgir sempre pelas mesmas razões. (Etc…)

Imagem disponível em: www.psicoadapta.es

Viver em harmonia e paz é um desafio difícil de cumprir e, quase sempre, é em nossa casa que vivemos as relações mais conflituosas e complexas. Nas relações familiares e conjugais somos muitas vezes convidados a observar sensações e situações desconfortáveis para nós, que nos deixam tristes, confusos ou ansiosos.

Não existem receitas mágicas para cuidar das nossas relações mas existe, sim, a certeza de que todos temos a habilidade para estabelecer relações mais amorosas e positivas. Por vezes são os pequenos passos que nos ajudam a percorrer juntos este trilho sinuoso dos desafios relacionais. Experimenta conhecê-los e colocá-los em prática:

1 – Conhecer e comunicar a tua verdade

Define como prioridade conhecer-te a ti mesmo(a). Procura perceber como te vês na relação com o outro. És alguém forte, frágil, dependente, orientador … Estás triste, contente, satisfeito(a), frustrado(a), … Sentes-te respeitado, reconhecido, atacado, desprezado, …

Observa-te e identifica o que sentes quando te relacionas com a outra pessoa. Fala com ela sobre isso. Diz algo como: - “Sinto-me…”, falando de ti, sem fazeres acusações ou criticas à outra pessoa. 

2 – Escutar a outra pessoa

Pede à pessoa com quem tens uma relação importante que te diga também como se sente em relação a ti. Permite que se expresse, escuta-a sem julgar ou interromper. Dá-lhe o direito de se expressar como ela consegue ou sabe e tenta entender os seus sentimentos, colocando-te no seu lugar.

Talvez te surpreendas ao descobrir que muitas vezes a outra pessoa sente o mesmo que tu sentes, ainda que as suas razões possam ser diferentes das tuas.

3 – Aceitar as diferenças

Não somos todos iguais. E isso é bom. Mas às vezes as diferenças são as grandes fontes dos conflitos.

Escutar o outro permite-nos entrar no seu mundo, perceber melhor como ele(a) vê as situações e porque reage de forma diferente da nossa. As suas razões não são as mesmas, a sua realidade interna é diferente. Em alguns momentos basta escutar atentamente o que nos estão a dizer para percebermos e aceitarmos determinados comportamentos da outra pessoa, convivendo melhor com eles ou encontrando soluções de compromisso em que ambos se sentem aceites e respeitados.

4 – Disfrutar dos aspetos positivos

Todas as relações têm aspetos positivos. Fazer com que eles aconteçam mais vezes ou reforçá-los na relação é uma ajuda enorme para convivermos e nos relacionarmos de forma mais harmoniosa e feliz.

Convida mais vezes a outra pessoa para fazerem algo de que ambos desfrutam. Aproveitem as vossas semelhanças para construir algo juntos.  

5 – Aprender com os outros

Em cada relação, lembra-te sempre de algo muito importante: Cada pessoa que encontramos no nosso caminho é um espelho que reflete e nos mostra características nossas que muitas vezes desconhecemos ou rejeitamos.

Aceitar a proposta de ver a outra pessoa como um mestre no teu caminho que e mostra o que podes fazer melhor por ti, nem sempre é fácil. Experimenta questionar-te: O que será que me está a mostrar? Que mais posso aprender sobre mim na relação com essa pessoa?

Imagem disponível em: recortedaalma.blogspot.com

As relações são um “mundo complexo” cheio de testes e provas de superação. São um lugar onde podemos crescer e desenvolver-nos. Por isso, observa cada uma das tuas conexões, sobretudo as mais significativas, com carinho e atenção. Atenta onde existe harmonia e onde permanece o conflito ou a insatisfação.

Se alguma vez te sentires perdido(a), angustiado(a) ou confuso(a) numa relação demasiado desafiante, procura o apoio de um(a) especialista que te ajude a cuidar de ti e das tuas relações. 

Crescemos quando aceitamos que os outros também vieram ajudar-nos no nosso caminho de evolução.

Em Amor...
Com Alma Corpo e Mente

Daniela Toscano
danielalourotoscano@gmail.com

segunda-feira, 17 de dezembro de 2018

Semear para colher

A vida corresponde aos vários ciclos da natureza, este é um dado adquirido por todos nós.
Temos os ciclos da lua, as marés, as estações do ano, os ciclos da mulher/fêmeas.

Todos estes ciclos têm um tempo de início, meio e fim.

Na natureza por exemplo, quando se planta uma semente ela vai ter que germinar, crescer, dar flor, e por fim os frutos, que por sua vez darão novas sementes. 
Se relacionarmos estes ciclos com a nossa vida podemos escolher semear hoje para poder colher no futuro.

Podemos semear o quê?

créditos imagem: sementes Santa fé


Eu escolho semear os meus valores e passá-los aos meus filhos:

  • Respeitar a livre escolha de cada Ser humano
  • Respeitar e amar o próximo
  • Respeitar as diferenças promovendo a igualdade 
  • Regar a planta da amizade, com atenção e carinho para com as minhas amigas e amigos.
  • Cuidar, dar atenção aos mais crescidos da família
  • Cuidar, dar atenção aos filhos
  • Defender os direitos humanos
  • Defender a igualdade de géneros

Desta forma espero vir a colher os frutos correspondentes a estas sementes.

E tu o que queres semear ao longo da tua vida?
Neste ano novo que se avizinha, podes escolher novas sementes. 
Que frutos queres vir a colher na tua velhice?





@Cristina Méga
cristinamariamega@gmail.com


sábado, 15 de dezembro de 2018

Aceitar o lado sombra


Confesso que já vivi em raiva, mas é tão difícil aceitar que todos temos um lado mais feio, tenebroso e escuro. Tão mais complicado é aceitar que também somos sombra, além de luz. Mas sabem que mais, finalmente aceitei-o, não como a minha totalidade, mas como uma parte de mim.

A aceitação surgiu pelo perdão, não apenas a algumas pessoas que necessitei que passassem na minha vida – porque acredito que nada acontece por acaso e que todos, em toda a tua vida, se cruzam contigo com um propósito - mas sobretudo para convencer-me que tinha de me perdoar, porque a dor era demasiado grande para continuar a carregar no peito e nas costas. O ar e a falta dele não me deixavam respirar profundamente e  era necessário avançar, para partir para a minha reconstrução.

E tu? Já descobriste o teu lado sombra, para além da tua luz? Se sim como achas que consegues evoluir, agora que ele se mostrou ao espelho e te obriga a encará-lo de frente? Será que é necessário mudar ou será que a resposta está em mudar a forma como te olhas e olhas os outros?

Para mim, e o que aqui partilho é apenas uma experiência de vida, que culminou na morte de um pilar da minha vida, que me obrigou a parar e a olhar para dentro.

Apenas acredito que esta mudança de “chip” pode acontecer na nossa vida de duas formas, ora pelo amor e ora pela dor, o amor acima de tudo por ti, e a aceitação das dores, como forma de crescimento, para que te possas perdoar, seguir em frente e crescer.

Já alguém te disse que questionares e assumires o teu lado mais escuro é uma falha? Que por mostrares temporariamente as tuas fraquezas és uma pessoa fraca? Pára e acredita em ti, aceita o teu lado sombra. No dia em que aceitares que ele vive dentro de ti,e de vez em quando espreita, vais conseguir descobrir a tua paz, a tua serenidade e acolheres num abraço a tua luz, porque tu és um maravilhoso ser de luz e amor.

Pensa sempre primeiro que tudo o que vês nos outros e te causa raiva ou medo não é nada mais, nada menos, que o teu espelho. Como tal e acima de tudo ama o que está do outro lado do espelho, respeita os teus tempos, pára e perdoa-te, porque não és perfeito (a), mas é toda a tua imperfeição que constrói esse ser maravilhoso que és na realidade.



Em Amor...Com Alma Corpo e Mente.

Imagem: Direitos de autor reservados

Sofia Rijo
sofia.rijo@gmail.com


quarta-feira, 12 de dezembro de 2018

Medicamentos vs Personalidade


“Hoje sinto-me melhor.”

É tão interessante pensar na nossa personalidade e quem somos, e por que somos quem somos... Complexo?

A maioria das nossas atitudes e acções diárias resultam da nossa vontade, da nossa personalidade – as quais, por sua vez, são consequência da actividade química no nosso cérebro. Isto sem contar, evidentemente, com toda a componente não palpável nem mensurável, como seja a alma, entre muitos outros aspectos. O foco, hoje, é a relação entre a personalidade e o uso de medicação convencional.

Por outro lado, quando no nosso cérebro ocorrem desequilíbrios químicos (ao nível da dopamina ou da  adrenalina, por exemplo), pode surgir uma doença, que o médico convencional tratará com medicamentos. Por sua vez, esses medicamentos vão actuar sobre o meu humor, a minha energia, os meus pensamentos, o meu ritmo biológico, etc. Especialmente quando se tratam de medicamentos para doenças da mente.    

Por exemplo: se uma pessoa se encontra num processo depressivo do qual não consegue sair sozinha e procura ajuda médica (convencional), a solução que lhe será apresentada, tipicamente, será a de tomar um anti-depressivo. Esse anti-depressivo pode capacitá-la para ficar «operacional», no sentido de conseguir levantar-se e ir para a faculdade ou trabalhar, preparar uma refeição, etc. Porém, se a pessoa, como efeitos secundários, sofre alteração do padrão de sono, de humor, de pensamentos, entre outros, então até que ponto é que existe vontade própria? Até que ponto é que a pessoa é quem realmente é?

Além disso... se eu tomar medicamentos que afectam a maneira como penso, o que eu penso e como actuo, que efeitos poderão ter  a longo prazo? Poderão influenciar a minha personalidade, ao ponto de a alterar irreversivelmente?

Qual é, então, a fronteira entre o que sou eu (a minha essência, o meu ser, a minha vontade própria), e o cocktail químico que me vai no cérebro?

Esta reflexão baseia-se não só numa vivência pessoal, como também na ponderação do efeito real que podem ter os medicamentos convencionais sobre quem os toma e quem os rodeia. E o objectivo é tão somente esse: reflectir, ponderar opções.

Talvez valha a pena considerar alternativas menos invasivas, como por exemplo a meditação (entre tantas outras que aqui poderíamos mencionar), que não prevê quaisquer efeitos secundários negativos e cujos resultados poderão ser a um nível bem mais profundo e eficazmente apaziguador.

Quais são as vossas vivências? Que soluções encontraram?

Em Amor...
Com Alma Corpo e Mente.


 © imagem: Liliana Lourenço 



sábado, 8 de dezembro de 2018

Qual é o principal factor que contribui para a felicidade humana?

O estudo de Harvard que durou 75 anos, procurou perceber qual é o principal factor que contribui para a felicidade humana, mostra-nos resultados surpreendentes e responde à principal questão para a qual todos queremos resposta.   


O que nos faz então sentir felizes e saudáveis ao longo da nossa vida? Deixa-me já dizer-te que se pensaste em dinheiro, fama ou algum resultado externo, de acordo com o psiquiatra Robert Waldinger, estás enganado. Durante o estudo sobre o desenvolvimento adulto, Waldinger teve acesso a vários dados sobre a verdadeira felicidade e satisfação com a vida e partilha os resultados nesta  inspiradora Ted Talk que vos deixo abaixo.


De acordo com Waldinger, a conclusão sobre qual o principal fator que afeta a nossa felicidade e bem-estar é:


“Boas relações mantém-nos mais felizes e saudáveis”.


Sim o maior preditor da felicidade e realização pessoal são mesmo as boas relações e o Amor!
O estudo refere que ter alguém com quem contar ajuda o nosso sistema nervoso a relaxar, fortalece a nossa saúde mental e reduz a dor emocional. Os dados mostram ainda que quem se sente sozinho tem maior tendência para adoecer e morrer mais cedo.


Estes resultados mostram que não tem tanto a ver com o número de amizades ou se estamos ou não numa relação amorosa, mas que aquilo que realmente importa é a qualidade das relações mais próximas. No fundo, tem mais a ver com o nível de proximidade e autenticidade que existe nas relações, relações em que podes efetivamente relaxar e ser visto como verdadeiramente és.


Esta conclusão é um excelente lembrete para todos nós começarmos a dar maior importância e prioridade a criar maior conexão e relações autênticas na nossa vida. Fica claro que, no final, podemos ter todo o dinheiro, sucesso e bens materiais do mundo, mas é nas relações fortes e significativas que se encontra o verdadeiro bem-estar e felicidade.


Se ficaram curiosos sobre este estudo, recomendo que vejam o vídeo abaixo.





Neste Natal pratica muito a auto(compaixão) e a empatia e rodeia-te das pessoas que mais amas, que te amam e aceitam sem condições nem expectativas, que te acompanham e respeitam no caminho que escolhes seguir na tua vida. As relações autênticas são determinantes para a nossa saúde e bem-estar geral. Que todos nos possamos sentir vistos, ouvidos e reconhecidos como somos é aquilo que mais desejo para todos. Porque pior do que estar sozinho, é estar rodeado de pessoas e sentir-se sozinho. Estamos sempre a tempo de fortalecer e construir novas relações!
Que o calor e a união do Natal permaneça o ano inteiro nos nossos corações.


Em amor...
Com Alma, Corpo e Mente

Cristina Batalha
cristinabatalha@gmail.com

quarta-feira, 5 de dezembro de 2018

Quando deixei de ser feliz

Às vezes sentimos um vazio que não se preenche com nada. Como se houvesse um espaço dentro do nosso corpo que funciona como um buraco negro. Parece que absorve toda a nossa energia e luz, levando-as para longe. Para onde parece que já não as conseguimos alcançar.


Quando esse buraco se instala, ele faz questão de nos recordar que está ali. Mesmo nos momentos felizes, parece querer lembrar-nos de que essa felicidade é sempre passageira. 


Aos poucos este espaço vazio tende a crescer, criando dentro de nós uma tendência para a tristeza e para a melancolia. Uma tendência para nos isolarmos e pensarmos que somos os únicos a nos sentir assim: sozinhos, perdidos, sem nos identificarmos com nada nem ninguém. 

Creditos: Edward Honaker
Muitas vezes, nesse estado, refugiamo-nos na raiva, olhamos com rancor para quem nos rodeia. E pode ser que até odiemos quem nos é mais próximo e querido, culpabilizando cada pessoa por nada fazer por nós. E nós estamos “tão mal”… 

Tendemos também a colocar-nos num papel de vitimização. “A vida corre mal. Nunca vou ser feliz. Ninguém entende o que sinto.” Etc… Etc… Etc… 

Esta espiral cresce como um tornado que vai ganhando força no seu caminho de destruição. Se apenas deixamos que avance, permitimos que continue a reforçar o vazio, a negatividade e, por vezes, até o isolamento. 

Aos pouco deixamos de nos cuidar, de construir relações plenas e também vamos deixando de nos amar. 

Quando deixei de ser feliz? 

No mesmo momento em que deixei de me amar, de cultivar palavras de carinho por mim e sentimentos de estima por quem sou. 
Deixei de ser feliz quando “decidi” não gostar de quem sou, e “escolhi” as mais diversas razões para o fazer: 

- Sou feio/a 

- Não tenho dinheiro 

- Só faço asneiras 

- Nunca cumpri um sonho 

- Que estúpido/a que sou… 

E assim sucessivamente, continuando a repetir palavras como estas num discurso sem fim dentro das nossas cabeças. Gerando e dando força a sensações de desconforto e vazio na relação com o nosso ser mais profundo e, consequentemente, na relação com as outras pessoas que nos rodeiam. 

Quando não nos conseguimos amar, dificilmente conseguimos sentir-nos bem. Quando não sentimos estima por quem somos, dificilmente conseguimos reconhecer e admirar as qualidades dos outros que nos rodeiam. Quando não fazemos florescer um mundo harmonioso dentro de nós dificilmente conseguimos observar harmonia e beleza à nossa volta. 

E é nesse momento que deixamos de ser felizes…



(Este post continua... numa próxima publicação).

Em Amor...
Com Alma Corpo e Mente.

Daniela Toscano
danielalourotoscano@gmail.com

quarta-feira, 28 de novembro de 2018

Aiii, Medo!


Cães, baratas, aranhas, andar de avião, falar em público, espaços fechados, multidões…


Há uns anos lembro-me de ter um imenso medo de cães…Hoje percebo que este medo começou quando eu era muito pequena. Tinha cerca de 1 ano e estava ao colo da minha mãe quando a Black, uma cadela da raça Pastor Alemão que os meus primos tinham, se atirou a nós. Segundo sei pela minha mãe, assustei-me imenso e a partir daí o meu cérebro terá criado a seguinte representação mental: Cão grande e preto = Perigo!
Esta situação gerou em mim um medo enorme de cães que só foi superado depois de escolher expor-me a eles percebendo que a crença inconsciente e limitadora que tinha associada aos cães era apenas isso, uma crença!
E tu, tens algum medo, específico? O que já fizeste para o resolver?
 Esta conversa sobre medos lembra-me um outro tema que são as fobias.
A fobia é, segundo a Organização Mundial da Saúde (1993) citado por Araújo, N. ( 2011)[1] " um medo persistente, desproporcional e irracional de um estímulo que não oferece perigo real ao indivíduo".
As fobias afetam a nossa qualidade de vida condicionando-nos em muitas da nossas escolhas e decisões do quotidiano.

Por exemplo: Tens de fazer a apresentação pública de um trabalho académico ou profissional. O que te acontece? Ficas com um pânico de morte ou é um receio normal e suportável?
Na tua casa limpa e imaculada aparecem algumas baratas. Como fazes? Desesperas, gritas e foges esperando que elas desapareçam ou arranjas uma forma de as fazer sair de lá naturalmente?  
Tens uma viagem de avião, programada pela empresa, daqui a uma semana. O que acontece? Começas a sentir-te impaciente, ansioso(a), com palpitações só com a ideia do avião poder cair ou, embora receies, decides ficar tranquilo(a) e pensar em outra coisa durante a viagem?
As fobias podem, verdadeiramente, afetar a nossa vida quer a nível pessoal quer a nível profissional.
Entendamos agora a distinção entre medo e fobia:
Segundo o Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders - DSM-5 (Mognon, J., Santos, A. & Martins, S., 2017 )[2], “o medo é uma emoção que envolve a percepção de um perigo iminente que pode ser real ou imaginário e que serve como uma defesa do organismo. Entretanto, quando se torna exagerado em relação a uma determinada situação, torna-se um transtorno de ansiedade denominado de fobia específica”.
O medo é uma reação natural que amplia a nossa capacidade de atenção e resposta perante situações, animais ou objetos.
Existem receios que são fundamentados (a picada de uma cobra venenosa, cães que podem ser agressivos, atravessar uma estrada sem olhar, etc...), por isso é importante e salutar que tenhamos medo. Esta reação ajuda a proteger a integridade do nosso corpo.
A fobia é quando o medo se torna incontrolável e excessivo. A pessoa reconhece a falta de sentido lógico para a reação emocional que está a ter mas não consegue controla-la, vivendo o pânico quando confrontada com o objeto, animal ou situação que funciona como estímulo fóbico (gatilho).

Alguns dos sintomas físicos desencadeados por quem sofre de fobia:
- Palpitações ou ritmo cardíaco acelerado, sensação de asfixia, transpiração excessiva, náuseas, medo de perder o controlo, calafrios.

Algumas dicas que te poderão ajudar:

  • Identifica o que te causa um medo exagerado, desproporcional e persistente;
  • Procura realizar algumas técnicas de relaxamento (respiração, meditação, exercício físico...); 
  • Visualiza a situação que te provoca medo. Ao fazê-lo poderás sentir-te mais tranquilo(a) no momento de enfrentar o que provoca este medo;
  • Expõe-te, progressivamente, ao que te provoca medo para começares a reduzir a ansiedade;
  • Fala sobre o assunto a outras pessoas e junta-te a comunidades que padecem de fobias específicas. Procura saber o que outras pessoas fizeram para superar a fobia;
  • Cultiva o pensamento positivo. Sempre que te vier aquele medo à cabeça opta por substituir esse pensamento por outro positivo ou neutro que te desvie a atenção do pensamento negativo e fóbico;
  • Procura ajuda especializada;
Persiste e trabalha a paciência!


Em Amor... 
Com Alma, Corpo e Mente

Creditos: Pixabay
Teresa Peral
teresaperalribeiro@gmail.com



[1] Araújo, N. (2011). Fobia específica: passo a passo de uma intervenção bem-sucedida. Recuperado de http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1808-56872011000200007
[2] Mognon, J., Santos, A. & Martins, S. (2017). Avaliação e intervenção para o medo e fobia de dirigir: revisão da literatura recuperado de http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1983-34822017000100008


domingo, 25 de novembro de 2018

ACONCHEGO

Sinónimos de aconchego: conforto; acolhimento; abraço; amparo; calor; protecção

O Outono e o Inverno são estações que nos remetem para o recolhimento fisico e interior.
Nesta época todos nos sentimos mais frágeis, mais permeáveis devido aos dias cinzentos com chuva. Falta-nos o Sol que nos ilumina e aquece a alma.
Então o desafio nestes dias é descobrir o que nos aconchega.


Na infância o aconchego do colo é fundamental para o bom desenvolvimento emocional do ser.
Em adultos podemos sentir esse aconchego através de várias coisas ou eventos que nos remetem para memórias dessas sensações, em que nos sentiamos acarinhados, protegidos, agasalhados, ligados, em proximidade, unidos a alguém.


O ACONCHEGO pode ser uma sensação do físico ou da alma.
Por exemplo:

  Créditos: Heyland &Whittle london
  • um leite dourado quentinho/chocolate quente
  • uma papa de aveia com mel e canela
  • uma sopa de abóbora bem cremosa
  • um bolo que nos leva para memórias boas
  • um abraço de um amigo(a)
  • um colo do namorado(a)
  • estar no sofá com uma manta fofinha
  • uma massagem com óleos quentes                                   
  • ver uma comédia romântica
  • ir a um bailado
  • assistir a um concerto/teatro
  • ler um livro que nos toque a alma
  • participar num circulo de partilha
E tu quando te sentes frágil o que te aconchega?
Se descobrires o que realmente te conforta conseguirás transformar alguns momentos de carência, preenchendo o teu Ser, a tua Alma.

Acarinha-te, Mima-te, Aconchega-te !
                                        

                                          créditos: https://ru.depositphotos.com/stock-photos

Cris Méga
cristinamariamega@gmail.com

sábado, 17 de novembro de 2018

Mulher, o que diz o teu corpo?


Tens o hábito de observar o teu corpo e as suas mudanças?

E os teus seios? 

A saúde feminina é um tema que me tem despertado particular atenção, não só por ter completado 40 anos e ir observando as minhas naturais mudanças físicas, emocionais e mentais, como pelo trabalho que vou desenvolvendo com as mulheres, o que me faz desejar aprofundar estes temas.

A doença é muitas vezes a nossa Alma a manifestar padrões que precisamos de reconhecer, mudar e curar.

Relativamente aos nossos seios ou mamas como preferires, sugiro que mantenhas uma vigilância regular pois o cancro da mama aumenta a cada dia.

Tem presente que: 
- o corpo é o nosso templo;
- as emoções, os medos, os traumas "fixam-se" no nosso corpo e manifestam-se sob a forma de doença física, emocional, energética e mental.

O que poderás fazer?

- Autoexame regular notando se apresentas algum dos sintomas do cancro de mama;
- Consultar um médico e realizar exames de despiste;
- Meditar encontrando um espaço de silêncio só teu para que ouças melhor o corpo e aprendas a seguir a intuição;
- Dá movimento ao teu corpo dançando livremente pois esta é uma das muitas formas de libertares tensões e emoções reprimidas que conduzem à doença e poder-te-á ajudar a limpar o campo energético;
- Explora o teu corpo, acaricia-te e nota que mensagens o teu corpo te traz;
- Evita o soutien de arames ou deixa mesmo de o utilizar.

Existem sites com informação relativa aos sintomas do cancro de mama porém, procura (obrigatoriamente!) a ajuda de um(a) especialista caso notes algo diferente no teu corpo.
Mantém a calma e lembra-te de ser compassiva contigo. Diz a ti mesma aquilo que dirias a uma amiga querida:" Calma, teremos de ver de que se trata esse caroço mas por certo é só o teu corpo a pedir que olhes para ele, que o ouças e lhe dês atenção. Vai ficar tudo bem...".




As mamas representam a nossa capacidade de dar e receber, bem como, são um reservatório de emoções. Então seria benéfico que pudessem respirar ao invés de as limitarmos e as encerrarmos num soutien.

Bem sei que não será fácil para muitas de nós deixar de usar soutien mas a partir do momento em que experimentarmos a nossa circulação sanguínea fluirá muito melhor, a tonificação aumentará, o fluxo energético melhorará e talvez possamos experimentar uma sensação de liberdade, autoconfiança, maior compassividade e menos pudor.

Lembra-te que o cancro da mama segundo a Dra. Christine R. Page no seu livro “ Manual dos Mistérios da Mulher" reflete a mulher que se poderá sentir limitada, zangada, que procura agradar demasiado os outros, sente demasiada culpa e prende-se a mágoas deixadas por feridas do passado.

Identificas-te com algumas das coisas que aqui foram (des)critas? Então talvez possas escolher:

1. Desapegar-te da necessidade de cuidar em demasia dos sentimentos dos outros;
2. Pedir ajuda à tua família e amigos sempre que precisares;
3. Antes de dizer SIM de imediato questiona o teu útero "o que eu realmente quero?";
4. Aprende a colocar limites e dizer NÃO quando não queres fazer algo;
5. Expressa a raiva gritando, dançando, fazendo exercício, dando socos na almofada (sê criativa!);
6. Corta laços com as pessoas tóxicas;
7. Usa soutien sem arame ou deixa mesmo de o usar.

Sê feliz e Ama-te muito, mas Ama-te mesmo antes que a doença se instale!

Teresa Peral
teresaperalribeiro@gmail.com

quarta-feira, 22 de agosto de 2018

Desapego: o mantra da moda


Está muito na moda o “aprender a soltar”, mas esquecemo-nos do sustentar, reparar, cuidar, amar e do não sair fugindo quando tudo se complica.

Li esta frase há poucos dias. Estava atribuída a Fer Herrera. Desconheço a autora, se tem ou não visibilidade, mas isso torna-se secundário perante a atenção que as palavras que escreveu me pediram.

Considero a prática do aprender a soltar ou desapego merecedora de muito respeito e reverencio quem a integra na vida de acordo com o seu significado original e profundo. As dificuldades que muitas vezes temos para soltar sem sentir vazio ou insegurança alertam-nos para possíveis lacunas emocionais internas que podemos não estar a acolher ou tratar em amor. 

A frase de Fer coloca-nos frente a uma crença social que se generalizou e que promete que o desapego resolve todos os nossos conflitos e problemas, bastando aprender a soltar para viver em paz e felicidade. 

Contudo, longe de ser uma habilidade simples, o desapego pede um estado de mente e de alma que a maior parte da literatura de autoajuda não nos ensina. Às vezes a necessidade de buscar soluções rápidas e imediatas conduzem-nos a associações entre desapego e distanciamento, falta de interesse ou até mesmo à ausência de mergulhos emocionais para estar frente àquilo que verdadeiramente sentimos em situações de “apego”. 



Este artigo não tem como objetivo apresentar uma definição ou teoria sobre o desapego. Ele é apenas um convite à reflexão, sugerindo-te que consideres as situações que sentes que precisas de soltar e que te coloques as seguintes questões:

O que significa esta vontade de me querer afastar? Quero fugir do que estou a sentir ou simplesmente não sinto que consiga sustentar, reparar, cuidar ou amar nesta situação? 

Sinto-me completo/a quando me afasto da situação, relação ou objeto aos quais me sinto apegado/a, ou a sensação de vazio permanece quando me distancio? Encontro paz dentro de mim ou continuo a ir buscar elementos fora de mim que me nutram e sustentem, depois de largar aquilo que me incomodava? 

Algumas vezes a nossa vontade de afastamento esconde bem lá no fundo o medo da entrega ao sentir, ao baixar a guarda e aceder ao nosso lado mais frágil e vulnerável, despindo as máscaras, perante situações incómodas.


Por outro lado quando estamos disponíveis para sustentar, reparar, cuidar e amar, alcançamos também maior capacidade para identificar o impacto real que situações, relações ou objetos têm em nós. Estas ações não são inimigas do “aprender a soltar”. Quando as praticamos, connosco e com os demais, elas podem mesmo ajudar-nos a perceber com maior clareza se cada desafio já cumpriu o seu papel e nos ajudou a crescer e evoluir, tendo chegado a hora de o deixar ir. Ou, se apesar de ainda nos gerar emoções desconfortáveis, continua a ter algo para nos ensinar e é importante que contactemos um pouco mais com a situação para fazer o trabalho que ela nos está a pedir.

Talvez o verdadeiro significado de soltar seja deixar partir as resistências que nos impedem de contactar com a luz interior, nutrindo-nos com cuidado e amor. E à medida que atravessamos os desafios, permitindo-nos ficar, observar e conectar com as feridas ainda por curar, abrir caminho lado-a-lado com os medos e conversar frente-a-frente com a vontade de fugir para a distinguir, em consciência, da necessidade de desapego.

Daniela Toscano
danielalourotoscano@gmail.com