terça-feira, 30 de abril de 2019

6 Passos para uma Comunicação Consciente

Photo by Luke Bender on Unsplash

Em todas as relações e interações que temos, sejam elas pessoais ou profissionais, a comunicação é um aspeto chave para o entendimento, conexão e colaboração. É através da comunicação que nos conectamos uns com os outros, portanto a forma como comunicamos tem um impacto determinante na qualidade e profundidade das nossas relações.

A questão é que grande parte da nossa comunicação é inconsciente e, quer queiramos ou não, estamos sempre a comunicar: através das palavras que escolhemos, do tom de voz que utilizamos e da nossa linguagem corporal. Quanto mais conscientes estivermos do processo de comunicação mais fácil é comunicar a mensagem que queremos e estarmos alinhados com a nossa intenção. 

Quanto mais autoconhecimento e mais conscientes tivermos das nossas intenções e dos nossos valores, mais facilmente conseguiremos comunicar as nossas necessidades, limites, emoções, opiniões… a partir do nosso interior. Esta congruência, autenticidade e integridade são elementos fundamentais para a abrir espaço para o fortalecimento de relações de confiança, em todas as áreas da nossa vida.

Dois dos valores da Parentalidade Consciente que considero serem pilares essenciais para uma comunicação consciente são o igual valor e o respeito mútuo: respeito-me a mim e ao outro e ambas as opiniões, necessidades e emoções têm igual valor. 

Como comunicar de forma consciente e congruente?

  1. Estabelecer conexão. Procura criar um momento de conexão, através da tua presença e da tua intenção genuína de te conectares com o outro. Para ouvir e falar eficazmente é importante que a nossa atenção esteja centrada no nosso interlocutor: estar constantemente a antecipar o que o outro vai dizer, espreitar as notificações do telemóvel ou olhar para a televisão são bons exemplos daquilo que não é uma comunicação consciente. Para estabelecer verdadeira conexão é essencial estarmos totalmente focados no momento presente.
  2. Praticar escuta atenta. Acredito que todos nós já experienciamos o que é estar numa conversa e a nossa mente começar a divagar por outros assuntos, enquanto acenamos afirmativamente. Da mesma forma, sabemos o quão frustrante é tentar estabelecer um diálogo com alguém que parece não estar realmente a ouvir-nos. Ambas as sensações são desagradáveis e criam desconexão. A nossa capacidade de ouvir é fundamental para uma comunicação consciente – isto significa que uma escuta consciente implica parar de interromper, acompanhar e esperar pacientemente que a outra pessoa diga o que está a dizer. 
  3. Mostrar empatia. Todos nós nascemos com esta capacidade de sentir empatia, de nos colocarmos no lugar do outro. Quando falamos em escuta empática, referimo-nos à escuta com a finalidade de compreender. Ou seja, primeiro compreender, realmente compreender! Quando praticamos a escuta empática entramos no quadro de referências da outra pessoa. Procuramos ver o mundo como ela o vê, compreender o paradigma dela, compreende o que ela sente. Na escuta empática, ouve-se com os ouvidos mas também com os olhos e com o coração. Ouve-se procurando entender o significado e os sentimentos.
  4. Aceitar e não julgar. Temos muitas vezes a tendência para julgar, aconselhar e percepcionar o outro de acordo com o nosso mapa-mundo, que não é necessariamente o mesmo que o da outra pessoa. Em vez de projetarmos a nossa autobiografia no outro e presumirmos pensamentos, sentimentos, motivos e interpretações, vemos a realidade interna da outra pessoa, o que está no coração e na mente dela. Cada um de nós tem uma história, desafios únicos e passa por momentos bons e menos bons. É importante existir espaço para as nossas imperfeições, incoerências e falhas. Estar consciente das nossas diferenças e aceitá-las é essencial para estabelecer relações autênticas onde há espaço para a vulnerabilidade, onde somos vistos e aceites como somos.
  5. Praticar compaixão. Comunicar de forma gentil e com compaixão, mesmo quando não concordamos. Podemos sempre partilhar aquilo que pensamos e sentimos de forma construtiva, sem agressividade nem acusações. Falar a partir do nosso interior, de forma empática e consciente é uma das principais chaves para uma boa comunicação.
  6. Deixar ir as expectativas. Se queremos comunicar de forma realmente consciente, temos de deixar as expectativas em relação ao resultado da nossa comunicação. Não há competição nem a questão de “quem é que tem razão”, o que "está certo e o que está errado" não há agressividade nem imposição de ideias. Vamos além do que está à superfície. Existe sim colaboração, um diálogo aberto e empático em que é essencial uma partilha saudável sem levar tudo para o campo pessoal, como se a nossa identidade estivesse a ser colocada em causa. Ter em mente as nossas intenções e valores, expressar a nossa voz respeitando o outro e deixar ir toda a resistência e necessidade de controlar, manipular ou “ter razão”. 
Comunicar de forma consciente requer a nossa prática e empenho diários. O facto é que ao tomarmos consciência de velhos hábitos e padrões que repetimos e de que forma se refletem numa comunicação pouco saudável (e muitas vezes agressiva!), caminhamos, passo a passo, rumo a uma comunicação mais assertiva e eficaz, que fortalece as interações e relacionamentos. Comunicação que mostra: "eu ouço-te", "eu vejo-te", "eu estou aqui". Porque acredito que fundo, acredito que estamos aqui para criar bons encontros, aqueles que nos permitem aprender e evoluir uns com os outros.

Em Amor,
Com Alma, Corpo e Mente

Cristina Batalha
Coach & Facilitadora de Parentalidade Consciente

quarta-feira, 24 de abril de 2019

Os pilares da gestão da dor


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Todos nós já convivemos com a morte, de um familiar longínquo, de um animal de estimação e conhecemos a dor profunda da ausência, mas quando o familiar que parte é próximo a nós, como avós, pais, irmãos e filhos a dor chega como se nos arrancassem um braço ou uma perna.

Escrevo hoje sobre este tema porque me deparei com uma imagem que falava sobre como acordamos da dor, dividindo os vários estágios por onde passamos. Tenho atravessado este caminho lentamente desde a morte do meu pai há menos de um ano, mas achei que talvez pudesse ajudar alguém com esta partilha. A mim fez-me sentido,poderá ou não fazer a quem lê.

Quando fui apanhada de surpresa, no fim de fevereiro de 2018, com a doença terminal do meu pai, um nódulo no pâncreas, não operável e de nível IV soube automaticamente em 99% que não lhe restaria muito tempo. Entrei em negação, aquela reação normal que tende a racionalizar as emoções difíceis, de dor, do choque emocional do medo da perda, um mecanismo que hoje sei ser natural e defensivo, que de certa forma nos protege do embate doloroso que acabamos de experienciar.

Vivi em negação até à véspera da partida do meu pai, para a longa viagem sem retorno (pelo menos que tenhamos conhecimento) a 8 de junho. Acho que continuei em negação algum tempo ainda, sentia uma dormência que nem sequer me deixava raciocinar.

Em breve chegava a raiva, com todas as sensações e os efeitos que a negação trouxe consigo, meses a fio, e chegava sem filtro, sem controle, sem qualquer tipo de máscara. Surgiu pouco mais de um mês depois, a falta de paciência e irritabilidade com a própria existência, ou a insustentabilidade de existir. Procurava na solidão resposta, parti loiça, gritei com a minha mãe, irmã, filha, deixei o emprego. Não aguentava ninguém, literalmente.

Depois do primeiro e segundo estádios, o segundo que ainda me ocupou um ou dois meses chegavam as questões, porque é que isto aconteceu, e se não tivesse acontecido e se as coisas tivessem sido de outra forma, e se o meu pai tivesse ido mais cedo ao médico e tivesse feito mais exames, será que tudo tinha sido diferente?

O que mais doeu nesta terceira fase foi a ausência de respostas a todas as minhas questões, sendo que a dor continuava e eu era obrigada a continuar a viver a realidade, ajustar-me ao momento, encontrar conforto ao imaginar que ele me ouvia, ajustar a minha realidade à ficção que me ajudava a levar um dia de cada vez.

As noites mal dormidas, o choro e a angústia levaram-me a procurar ajuda médica pois mal conseguia comer, não tinha motivação para nada, nem muito menos paciência para sair da minha bolha. Queria estar apenas em casa. Depressão reativa, foi desta forma que catalogaram a minha dor…e até hoje ainda a trato, mas parece-me que começo a acordar e a chegar àquela que dizem ser a última e derradeira fase de lidar com a perda e a dor, a aceitação.

Ainda não passou um ano mas já se passou um Natal, aniversários, uma Páscoa, tudo momentos em que olho para uma cadeira vazia com muita saudade. Já me rio de piadas, e vejo em mim o meu pai, não só porque sou fisicamente parecida com ele, mas também porque replico as suas piadas, as suas palavras e o vejo por vezes onde ele já não está. Se já aceitei tudo, já, mas ainda tenho momentos de negação, de dor, de dúvida e de achar que chego a casa dele e o vou encontrar a jogar sopas de letras, a ver séries e a fazer puzzles, deitado no chão, com as netas que ele tanto amava.

Saudades muitas e passei a viver um dia de cada vez, e se possível sempre em Amor, porque no momento da partida sei que há sempre algo que fica por dizer, por isso, quanto menos ficar melhor.

Em amor
Com Alma Corpo e Mente

Sofia Rijo
sofia.rijo@gmail.com

quarta-feira, 17 de abril de 2019

Mentes Agitadas


Nos dias de hoje como sentes que anda a tua mente? Calma ou a processar mil e um pensamentos em simultâneo?
Como lidas com aquele pensamento ruminante que te faz sentir magoado/a com alguém ou culpado/a em relação a algo? A tua mente está constantemente no futuro?
A opinião dos outros interfere com a tua estabilidade ou consegues manter o teu centro mesmo quando alguém tenta destabilizar-te emocionalmente?
Talvez te apercebas, em algum momento, que o stress e a ansiedade dominam a tua vida…
No livro Autocontrolo – Como vencer a síndrome do pensamento acelerado, Augusto Cury (2016, p.13) refere que na atualidade “há um campo de concentração na mente humana, construído pelo sistema social e, sobretudo, por nós próprios, o qual nos encarcera, aterroriza e esgota”.
Quem aprender a movimentar-se no pantanoso território das emoções talvez tenha encontrado um caminho para a felicidade, lembrando que, cuidar da saúde emocional nos dias de hoje é uma decisão que a longo prazo se converterá numa velhice mais saudável.
Infelizmente, não raras vezes, só nos permitimos parar e observar os desequilíbrios emocionais e o stress que experienciamos quando o corpo grita e a doença se instala.
Escutar o corpo pode ajudar-te a detetar alguns sinais de stress e ansiedade, tais como, dores de cabeça, dores musculares, fadiga, queda de cabelo, hipertensão arterial e outros mais…por isso, talvez seja uma boa decisão começares, agora, começares a observar-te e a procurar ferramentas que te ajudem a gerir melhor as emoções.
Augusto Cury (2016, pp. 69-71) oferece no seu livro algumas sugestões para nos ajudar a controlar o stress :

  • Gerir o pessimismo, o coitadismo (autocompaxão) e o conformismo;
  • Fazer escolhas: escolher o essencial e estar disposto a perder o trivial;
  •  Estabelecer metas claras para não fazer de qualquer lugar o seu porto;
  • Dormir um sono reparador: não usar telemóveis ou computadores entre uma e duas horas antes de dormir;
  • Gerir os pensamentos doentios que nos vinculam ao passado;
  • Desenvolver uma rotina saudável para trabalhar, praticar desporto, não trair as férias, os feriados, os descansos, a não ser temporariamente.

Estas são algumas propostas para gerir o stress no entanto procura nas várias opções que a sociedade atual oferece a que melhor te servir. No meu caminho, a meditação, o Reiki, o Yoga, a alimentação saudável, o passar momentos na natureza, o equilíbrio entre o tempo de trabalho e de pausa e a leitura de temas que me atraem têm sido a fórmula que melhor me serve…
Encontra a tua.. :)

Em Amor…

Alma, Corpo e Mente…
Teresa Peral


terça-feira, 9 de abril de 2019

(Re)Encontro de Almas

Conversámos... Vinho sobre a mesa e imaginação voando por todos os lugares.

Quanto tempo teria passado? Meses... que se transformaram em anos.
Brindámos aos sorrisos ainda iguais, aos olhares sempre verdadeiros e ainda às rugas recentes que nos enaltecem paulatinamente o carácter. 

Crescemos... Temos no coração a mesma fé mas aprendemos a viver com as resistências trazidas pelas mágoas que chegam em atrevimento.

Somos ainda eu e tu. "Parece que estivemos juntos ontem."
Sabes porquê? Porque as almas não conhecem distâncias.

Conheço-te os segredos mesmo antes de mos contares e leio-te as expressões tão claras como no passado. Não há tempo, relógio, ponteiros ou alarmes que nos tragam de volta à realidade quando mergulhamos naquele mundo de conversas só nossas.

Há um espaço teu onde me guardas e sabes que hei-de sempre conseguir preencher-te num abraço.

Foto de el rincon espiritual de leux

Não estou onde me perdeste da última vez porque, - Tu sabes!, tenho pouco jeito para ficar quieta num só lugar. Perco-me vezes sem conta, umas atrás das outras... Gosto desta sensação de voar livre pelo espaço sideral, misturar-me com o brilho das estrelas e viver a vertigem de não saber onde estou amanhã.

Tu preferes a terra firme, as raízes que te mantêm quente no inverno e fresco no verão. 
E eu gosto dos momentos em que pisamos esse chão ao mesmo tempo. Por algum tempo...

Mas o que prefiro mesmo é aquele instante em que estendes a mão e me puxas para o centro da sala de baile... Dançamos. Fluímos. Amo ouvir esses segredos que me dizes baixinho durante um slow e a maneira como me fazes vibrar quando a melodia acelera os nossos corações inquietos.

Sorrimos, rimos e gargalhamos.
Voltamos aos brindes. Ancoramos os olhares fixos, doces e malandros... As nossas almas cumprimentam-se.

Conhecemo-nos desde sempre.
Porque para as almas não há distâncias... nem tempo... e só o espaço infinito nos pode definir.

Em Amor,
com Alma, Corpo, e Mente.


Daniela Toscano
danielalourotoscano@gmail.com

quinta-feira, 4 de abril de 2019

Abril - Lua Nova, dia 5

Abril é o quarto mês do calendário gregoriano e tem 30 dias. O seu nome deriva do Latim Aprilis, que significa abrir, numa referência à germinação das culturas. Outra hipótese sugere que Abril seja derivado de Aprus, o nome etrusco de Vénus, deusa do amor e da beleza. Outra versão é que se relaciona com Afrodite, nome grego da deusa Vênus, que teria nascido de uma espuma do mar que, em grego antigo, se dizia "abril".

Se Abril representa o desabrochar da primavera no seu esplendor, de flores e frutos, então vamos também nós criar em nós esse reflorescimento, esse renascer.


Dia 5 de Abril vamos ter a Lua Nova em Carneiro que segundo a astróloga Ana Alpande, terá a seguinte influência em nós:

"A cada lua nova, quer estejamos conscientes ou não, lançamos à terra as sementes que vão germinar e determinar o curso do mês, volto a repetir, quer estejamos conscientes ou não…
Na Lua Nova de Carneiro, essas sementes são ainda mais fortes pois este é o signo do nascimento e dos inícios, o instrutor do ginásio da coragem.
Nesta Lua Nova, quer queiramos… quer não, as nossas intenções (conscientes ou inconscientes) são lançadas à terra, intenções essas que vão germinar e dar fruto ao longo do ano. Sabem os rituais de Ano Novo? 
Esta sexta é o tempo certo para eles, na roda do ano é na Lua Nova de Carneiro que eles fazem sentido no contexto da Vida Cíclica.(...)"

Podes ler todo o artigo da Ana Alpande, site sobre a Lua Nova aqui.

Proponho que façamos tod@s uma lista de 3/4 aspectos que queremos muito reflorescer, na nossa vida.


Eu vou já fazer, e tu? 

Em Amor...
Com Alma Corpo e Mente

Cris Mega
cristinamariamega@gmail.com