Cães,
baratas, aranhas, andar de avião, falar em público, espaços fechados, multidões…
Há uns anos lembro-me de ter um
imenso medo de cães…Hoje percebo que este medo começou quando eu era muito
pequena. Tinha cerca de 1 ano e estava ao colo da minha mãe quando a Black,
uma cadela da raça Pastor Alemão que os meus primos tinham, se atirou a nós.
Segundo sei pela minha mãe, assustei-me imenso e a partir daí o meu cérebro
terá criado a seguinte representação mental: Cão grande e preto = Perigo!
Esta situação gerou em mim um medo
enorme de cães que só foi superado depois de escolher expor-me a eles
percebendo que a crença inconsciente e limitadora que tinha associada aos cães
era apenas isso, uma crença!
E tu, tens algum medo, específico? O
que já fizeste para o resolver?
Esta conversa sobre medos lembra-me um outro
tema que são as fobias.
A fobia é, segundo a Organização
Mundial da Saúde (1993) citado por Araújo, N. ( 2011)[1] " um medo
persistente, desproporcional e irracional de um estímulo que não oferece perigo
real ao indivíduo".
As fobias afetam a nossa qualidade
de vida condicionando-nos em muitas da nossas escolhas e decisões do
quotidiano.
Por exemplo: Tens de fazer a
apresentação pública de um trabalho académico ou profissional. O que te
acontece? Ficas com um pânico de morte ou é um receio normal e suportável?
Na tua casa limpa e imaculada
aparecem algumas baratas. Como fazes? Desesperas, gritas e foges esperando que
elas desapareçam ou arranjas uma forma de as fazer sair de lá naturalmente?
Tens uma viagem de avião, programada pela empresa, daqui a uma semana. O que acontece? Começas a sentir-te impaciente, ansioso(a), com palpitações só com a ideia do avião poder cair ou, embora receies, decides ficar tranquilo(a) e pensar em outra coisa durante a viagem?
Tens uma viagem de avião, programada pela empresa, daqui a uma semana. O que acontece? Começas a sentir-te impaciente, ansioso(a), com palpitações só com a ideia do avião poder cair ou, embora receies, decides ficar tranquilo(a) e pensar em outra coisa durante a viagem?
As
fobias podem, verdadeiramente, afetar a nossa vida quer a nível pessoal quer a
nível profissional.
Entendamos agora a distinção entre medo e fobia:
Segundo
o Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders - DSM-5 (Mognon, J., Santos, A. &
Martins, S., 2017 )[2], “o
medo é uma emoção que envolve a percepção de um perigo iminente que pode ser
real ou imaginário e que serve como uma defesa do organismo. Entretanto, quando
se torna exagerado em relação a uma determinada situação, torna-se um
transtorno de ansiedade denominado de fobia específica”.
O medo é uma reação natural que amplia a nossa capacidade de atenção
e resposta perante situações, animais ou objetos.
Existem receios que são
fundamentados (a picada de uma cobra venenosa, cães que podem ser agressivos,
atravessar uma estrada sem olhar, etc...), por isso é importante e salutar que
tenhamos medo. Esta reação ajuda a proteger a integridade do nosso corpo.
A fobia é quando o medo se torna incontrolável e excessivo. A pessoa
reconhece a falta de sentido lógico para a reação emocional que está a ter mas
não consegue controla-la, vivendo o pânico quando confrontada com o objeto,
animal ou situação que funciona como estímulo fóbico (gatilho).
Alguns dos sintomas físicos
desencadeados por quem sofre de fobia:
- Palpitações ou ritmo cardíaco
acelerado, sensação de asfixia, transpiração excessiva, náuseas, medo de perder
o controlo, calafrios.
Algumas dicas que te poderão ajudar:
- Identifica o que te causa um medo exagerado, desproporcional e persistente;
- Procura realizar algumas técnicas de relaxamento (respiração, meditação, exercício físico...);
- Visualiza a situação que te provoca medo. Ao fazê-lo poderás sentir-te mais tranquilo(a) no momento de enfrentar o que provoca este medo;
- Expõe-te, progressivamente, ao que te provoca medo para começares a reduzir a ansiedade;
- Fala sobre o assunto a outras pessoas e junta-te a comunidades que padecem de fobias específicas. Procura saber o que outras pessoas fizeram para superar a fobia;
- Cultiva o pensamento positivo. Sempre que te vier aquele medo à cabeça opta por substituir esse pensamento por outro positivo ou neutro que te desvie a atenção do pensamento negativo e fóbico;
- Procura ajuda especializada;
Em Amor...
Com Alma, Corpo e Mente
Creditos: Pixabay
Teresa Peral
teresaperalribeiro@gmail.com
[1] Araújo,
N. (2011). Fobia específica: passo a
passo de uma intervenção bem-sucedida. Recuperado de http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1808-56872011000200007
[2] Mognon,
J., Santos, A. & Martins, S. (2017). Avaliação
e intervenção para o medo e fobia de dirigir: revisão da literatura
recuperado de http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1983-34822017000100008
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