quarta-feira, 5 de dezembro de 2018

Quando deixei de ser feliz

Às vezes sentimos um vazio que não se preenche com nada. Como se houvesse um espaço dentro do nosso corpo que funciona como um buraco negro. Parece que absorve toda a nossa energia e luz, levando-as para longe. Para onde parece que já não as conseguimos alcançar.


Quando esse buraco se instala, ele faz questão de nos recordar que está ali. Mesmo nos momentos felizes, parece querer lembrar-nos de que essa felicidade é sempre passageira. 


Aos poucos este espaço vazio tende a crescer, criando dentro de nós uma tendência para a tristeza e para a melancolia. Uma tendência para nos isolarmos e pensarmos que somos os únicos a nos sentir assim: sozinhos, perdidos, sem nos identificarmos com nada nem ninguém. 

Creditos: Edward Honaker
Muitas vezes, nesse estado, refugiamo-nos na raiva, olhamos com rancor para quem nos rodeia. E pode ser que até odiemos quem nos é mais próximo e querido, culpabilizando cada pessoa por nada fazer por nós. E nós estamos “tão mal”… 

Tendemos também a colocar-nos num papel de vitimização. “A vida corre mal. Nunca vou ser feliz. Ninguém entende o que sinto.” Etc… Etc… Etc… 

Esta espiral cresce como um tornado que vai ganhando força no seu caminho de destruição. Se apenas deixamos que avance, permitimos que continue a reforçar o vazio, a negatividade e, por vezes, até o isolamento. 

Aos pouco deixamos de nos cuidar, de construir relações plenas e também vamos deixando de nos amar. 

Quando deixei de ser feliz? 

No mesmo momento em que deixei de me amar, de cultivar palavras de carinho por mim e sentimentos de estima por quem sou. 
Deixei de ser feliz quando “decidi” não gostar de quem sou, e “escolhi” as mais diversas razões para o fazer: 

- Sou feio/a 

- Não tenho dinheiro 

- Só faço asneiras 

- Nunca cumpri um sonho 

- Que estúpido/a que sou… 

E assim sucessivamente, continuando a repetir palavras como estas num discurso sem fim dentro das nossas cabeças. Gerando e dando força a sensações de desconforto e vazio na relação com o nosso ser mais profundo e, consequentemente, na relação com as outras pessoas que nos rodeiam. 

Quando não nos conseguimos amar, dificilmente conseguimos sentir-nos bem. Quando não sentimos estima por quem somos, dificilmente conseguimos reconhecer e admirar as qualidades dos outros que nos rodeiam. Quando não fazemos florescer um mundo harmonioso dentro de nós dificilmente conseguimos observar harmonia e beleza à nossa volta. 

E é nesse momento que deixamos de ser felizes…



(Este post continua... numa próxima publicação).

Em Amor...
Com Alma Corpo e Mente.

Daniela Toscano
danielalourotoscano@gmail.com

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