domingo, 29 de outubro de 2017

Quem sou EU?




Quando temos que nos apresentar a alguém normalmente dizemos o que fazemos, qual a nossa actividade ou profissão.
Por exemplo, eu sou coach, engenheira, médico, psicóloga, designer, actor, etc.
A pergunta é, a tua profissão define o que tu és?
Ou tu és muito mais do que a tua actividade profissional, mesmo que ela te realize plenamente?
Nós antes de termos uma profissão ou qualquer formação académica, somos pessoas, seres humanos.

Então o que caracteriza os seres humanos?
R: São as suas emoções, os seus valores/princípios, as suas crenças, a sua identidade.

Proponho que penses nas seguintes questões:
  • ·         Quais são os meus valores/princípios que são importantes e fundamentais para mim?
  • ·         Quais são as coisas em que acredito e que me caracterizam?
  • ·         Do que gosto muito? Do que não gosto?
  • ·         O que me faz feliz?
  • ·         O que me equilibra?
  • ·         Onde e como me Conecto?
  • ·         Quem sou Eu independentemente da minha actividade?

Será que a tua profissão te define na totalidade? Se não, podes passar a apresentar-te de outra forma começando por dizer algo do tipo:

Eu chamo-me…. sou uma mulher que adora viajar, contemplar a natureza, o riso das crianças, nadar, correr…, acredito nas pessoas e no futuro da humanidade, defendo a sustentabilidade do planeta…, irrito-me com injustiças, não gosto de gritos e violência, etc.


Se apresentares o melhor que há em ti, também o outro poderá fazer o mesmo e assim não te reduzes apenas ao que fazes.
Desta forma vais poder conhecer-te melhor e identificar o que realmente é muito importante para a tua felicidade e Equilíbrio.

quarta-feira, 18 de outubro de 2017

Contemplar




Ficar imóvel, interromper todos os fluxos distractores, os externos e os internos, ficar assim, aí, nesse estado de vazio e ausência, apenas e só, sem fazer nada – observar.



Em crianças tantas vezes nos encontramos nesse estado... 

Quando foi que desaprendemos esta arte? 

Porque nos sentimos tão inúteis e culpados quando nos propomos nada fazer? Fugimos do quê, de quem, quando evitamos estar sem nada fazer? O que tem a contemplação de tão subversivo para a termos extinguido das nossas vidas? Da nossa sociedade? A sociedade da velocidade e da multiplicidade de estímulos, a sociedade do barulho das luzes...

É urgente reaprender esta arte! Numa arriba, numa floresta, à janela ou no chão da sala, pára, cala-te, sossega, deixa o vazio entrar... Contempla!

Contemplar calibra-nos a alma, devolve-nos a liberdade.



Rita Carreto
ritatoscanocarreto@gmail.com

quarta-feira, 4 de outubro de 2017

Elogio e Crítica – Quais as doses recomendadas?

Um dos desafios que se impõe quer no âmbito pessoal quer profissional é a necessidade de dar feedback. Por outras palavras, dar feedback consiste em dizer a outra(s) pessoa(s) qual a nossa opinião sobre o seu trabalho ou comportamento.

É fácil? Nem sempre.

Alguns de nós temos dificuldade em elogiar, outros empancamos quando é necessário fazer uma crítica e há também as situações em que fazemos comentários demasiado generalistas sobre o que estamos a analisar não dando oportunidade a quem nos ouve de saber o que especificamente fez bem ou o que em concreto pode melhorar.


Sendo assim, como se pode dar e receber feedback de uma maneira fluída e ao mesmo tempo clara e construtiva? Como se pode ajudar cada pessoa a receber essa informação com abertura e disponibilidade para a integrar no seu processo de desenvolvimento?

No livro “The Leader in You” encontrei um exemplo extraordinário praticado na empresa SONDA S. A., de Andrés Navarro. Nesta organização havia uma regra muito importante. Sempre que alguém encontrava algo ou alguém de quem não gostava, deveria escrever essa informação num papel, sem a partilhar. Posteriormente, a sua missão consistia em descobrir 3 coisas boas acerca dessa pessoa ou situação. Só depois de referir essas 3 coisas boas poderia apresentar a crítica que identificou primeiro.

Encontrar aspectos positivos no comportamento dos outros ajuda-nos a manter relações mais harmoniosas e apreciativas. Seja no trabalho ou na vida pessoal, integrar os elogios na nossa relação com as demais pessoas é fundamental. Todos gostamos de ser reconhecidos e de que nos digam o que fizemos bem.


Assim, um feedback efectivo tem em conta o elogio antes da crítica, integrando aspectos concretos e bem definidos sobre o que está bem feito. Por exemplo:

- Maria, gostei muito da forma como apresentaste o teu ponto de vista na reunião de hoje. Tratava-se de um tema delicado e conseguiste falar sobre o que era necessário de forma tranquila e bastante clara. Os argumentos que utilizaste ajudaram a perceber as decisões que tivemos de tomar.

Só depois de se fazer referência ao que foi positivo se pode indicar o que não esteve bem. No entanto, devemos ter o cuidado de apresentar a crítica de forma construtiva e focada na solução, referindo o que gostaríamos que tivesse acontecido e não reforçando o problema que se manifestou. Poderíamos, então, continuar da seguinte forma:

- Teria sido bom acrescentar alguns dados estatísticos à apresentação. Assim, poderias dar ainda mais força aos teus argumentos.

Para terminar o feedback de forma entusiasta e motivante, podemos destacar algo que foi realmente bom no desempenho da pessoa. Por exemplo:

- Gostava ainda de destacar que o que mais apreciei foi a forma segura como respondeste a todas as questões que te colocaram. Senti que te preparaste seriamente para esta reunião.

1. Elogiar
2. Apresentar a crítica de forma construtiva e
3. Destacar o melhor da situação analisada
é uma forma simples e prática para dar feedback às pessoas com quem interagimos.


Por vezes é mais fácil criticar e nem sempre nos ocorrem os elogios. Noutros momentos, damos feedback a despachar e generalizamos os nossos comentários num simples: - “Está tudo bem!” ou “Gostei muito.”.

Em ambas as situações descuidamos a oportunidade para passar uma mensagem honesta e detalhada sobre o desempenho da outra pessoa. É importante aproveitar os momentos de feedback para, por um lado, promover a segurança da pessoa em causa ao reforçar o que fez bem e, por outro, ajudá-la a expandir as suas capacidades através de críticas focadas em soluções e sugestões.


Assim, podemos apoiar-nos nesta estrutura para dar os próximos feedbacks. Recordando sempre a importância de o fazer de forma franca e integrando esta técnica, de maneira natural, no nosso estilo de comunicação pessoal.


Daniela Toscano
danielalourotoscano@gmail.com