“Nascemos originais e tornamo-nos
cópias.”
Carl Gustav Jung
Cada
um de nós como adulto tem um passado, nesse passado existe um pedaço do nosso
caminho que chamamos de infância, período esse em que fomos crianças e essa
criança permanece viva dentro de nós, habita o nosso corpo.
Assim
sendo, os nossos pais, avós, professores, educadores, cuidadores, vizinhos,…
Têm um papel muito influente. Não só porque tudo o que dizem é verdade para a
criança, como o que fazem também serve de modelo para a estruturação da sua
personalidade e mapa mental de crenças.
Quem
somos hoje tem muita influência da infância que tivemos.
Essa
infância nem sempre é cheia de sorrisos e gargalhadas. Sofremos carências,
falta de amor, de apoio, de acolhimento, de segurança,… Pode ter sido pautada
por rejeição e abandono… Violência emocional, mental e/ou física,… E todas
estas experiências ficam registadas nas nossas células.
O
que acontece é que como meio de proteção e sobrevivência vamos esquecendo esses
momentos, reprimindo essas memórias e nem nos atrevemos a olhar para a nossa
criança ferida durante muitos e muitos anos. Mas o facto de ignorá-la não
significa que não permaneça em nós. E ela vai solicitando a nossa atenção, o
nosso tempo, os nossos cuidados,… A nossa compaixão.
Para
a (re)encontramos basta olhar para o nosso interior… Ela faz parte da nossa
psique, é uma das nossas partes internas. Essa criança precisa saber que, como
adultos que agora somos, estamos ali para ela. Que não precisa de procurar
validação, amor, acolhimento,… Em outros adultos, nós estamos ali para lhe dar isso.
Ela precisa do nosso abraço! ❤
Precisa que lhe dediquemos 10 a 15 minutos por
dia, para que a sanação, das feridas que foram abertas, aconteça.
Em
várias tarefas do nosso dia-a-dia podemos convidá-la a estar connosco e podemos
também perguntar-lhe o que ela quer fazer, do que tem saudades… E permitirmo-nos
a realizar isso.
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Quais as tuas brincadeiras preferidas quando criança?
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Qual a tua comida preferida?
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Qual a tua sobremesa preferida?
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Recordas alguma coisa, que fazias na infância, que gostavas muito e não fazes
há muito tempo?
Reflecte
sobre estas questões e outras que te possam surgir e abre espaço na tua agenda
para realiza-las… Abre espaço para esse (re)encontro com quem foste na infância.
“A criança que fui chora na estrada,
Deixei-a ali quando vim ser quem sou,
Mas hoje, vendo que o que sou é nada,
Quero ir buscar quem fui, onde
ficou.”
Fernando Pessoa
Catarina Ferreira dos Santos
cathy.f.santos@gmail.com