terça-feira, 30 de julho de 2019

O que dirias a alguém que está a viver exatamente o mesmo que tu?

O que dirias a alguém que está a viver exatamente a mesma situação que tu? Alguém que ames muito.

Esta é uma pergunta que me coloco a mim mesma quando me sinto perdida, bloqueada, com dificuldade em ultrapassar alguma situação ou a repetir algum padrão em alguma área da minha vida. É uma pergunta que faço muitas vezes nas sessões com as pessoas com quem trabalho e que considero muito poderosa.

Aquilo que tenho observado é que gera muitos insights, novas perspetivas e um novo olhar para a mesma realidade. Esta reflexão permite-nos distanciar emocionalmente das histórias que nos contamos e observar de um lugar mais neutro, com mais clareza.

Na verdade, e por melhor intencionadas e cheias de amor por nós sejam as pessoas que nos dão conselhos, no fundo no fundo, todos sabemos que as “nossas” respostas só nós as sabemos, só nós as sentimos. Somos donas do nosso mundo interior e só nós o conhecemos.


Outro dos “segredos” relacionados com esta pergunta é que vem de um lugar de amor, de aceitação e de compaixão e não de um lugar de auto-dúvida ou de julgamento. Porque nós podemos mesmo ser as nossas melhores amigas! A pessoa que acarinha, que incentiva e que ama incondicionalmente a totalidade do seu SER. Essa é a voz do nosso coração, aquela cheia de sabedoria infinita que é capaz de encontrar todas as soluções para a nossa vida. A voz autentica da nossa expressão e de tudo aquilo que somos e queremos ser e viver, onde nenhum medo ou perceção limitada de outra pessoa nos pode definir.

O que te dirias agora a alguém que estivesse a viver a tua vida?

Para te ajudar nesta pequena reflexão deixo-te com a Declaração da Autoestima, desenvolvida pela terapeuta familiar Virginia Satir. Virginia Satir é muitas vezes considerada a Mãe da Terapia Familiar e contribuiu de várias formas para o mundo da Terapia (e os criadores da Programação Neurolinguistica também se inspiraram no trabalho desta especialista).


“Eu sou eu
Em todo o mundo,
Não há ninguém igual a mim.
Há pessoas,
Que têm alguns talentos iguais aos meus,
Mas a natureza de ninguém se compara a minha.
Por essa razão, tudo 
o que sai de mim é meu de verdade
Porque eu sozinha fiz a escolha.
Sou dona de tudo o que diz respeito a mim.
O meu corpo, inclusive
Tudo o que ele faz;
A minha mente e inclusive todos os seus pensamentos e ideias;
Os meus olhos, inclusive as imagens de tudo o que contemplam;
Os meus sentimentos, seja quais forem 
raiva, alegria, frustração, amor, desengano, excitação;
A minha boca e todas as palavras que dela provêm;
Gentis, doces ou ásperas,
Próprias ou impróprias;
A minha voz, ruidosa ou suave;
E todas as minhas atitudes,
Com os outros ou comigo mesma.
Sou dona de minhas fantasias, meus sonhos, minhas esperanças;
Os meus temores.
Sou dona de todos os meus triunfos e sucessos;
De todos 
os meus fracassos e erros.
Porque sou dona de mim, sei o que se passa em meu íntimo.
Então, gosto de mim e sou afetuosa comigo em tudo que me diz respeito.
Desse modo, possibilito a mim trabalhar como um todo para o meu bem.
Sei que há em mim alguns aspectos que não conheço.
Mas enquanto eu for terna e 
afetuosa comigo mesma,
Poderei com coragem e esperança,
Procurar soluções para os enigmas e meios de descobrir mais sobre mim.
Seja como for que eu pareça e me comporte,
O que quer que diga e faça, pense e sinta em dado momento, tudo isso sou eu.
É autêntico e representa onde estou neste exacto momento.
Quando mais tarde recordo como pareci e me comportei, o que disse e fiz e pensei e senti,
Talvez algumas partes revelem-se inadequadas…
Deito fora o que não me serve, guardo o que foi aprovado e invento algo novo para substituir o que descartei.
Vejo, ouço, sinto, penso, falo e faço.
Tenho as ferramentas para sobreviver, para ficar perto dos outros, para ser criativa e compreender o mundo das pessoas e as coisas fora de mim.
Sou dona de mim!”

Virginia Satir

Em Amor,
Com Alma Corpo e Mente

Cristina Batalha
Coach e Facilitadora de Parentalidade Consciente

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