quarta-feira, 7 de março de 2018

Não Quero Competir Mais - 5 Estratégias para viver em paz e comunhão

Aprendi que as características pessoais não servem de critério para definir a identidade de cada um(a). Quero com isto dizer que hoje já não digo que SOU competitiva e prefiro dizer: - Sinto-me competitiva, em determinados momentos.

No âmbito do Ser, acredito que sou outras coisas: ser humano, mulher, filha, neta, prima, amiga, etc. mas não sou ambiciosa, nostálgica, alegre ou outro estado ou condição temporários que me possam assistir.

Quanto à competitividade, o tema deste post, dei-me conta de que não é uma característica pessoal definitiva. Ela pode ser ajustada à medida que nos desenvolvemos e moldada à forma como preferimos encarar a vida e as situações.

Percebi que a competitividade me afecta mais de maneira negativa do que positiva. É uma habilidade que já me serviu de impulso no passado, ajudou-me a chegar mais longe, a fazer várias coisas com mais qualidade e, sobretudo, a receber reconhecimento vindo dos outros. Porque, afinal, vivemos numa sociedade competitiva e pessoas que competem valorizam isso nas outras.

Ainda assim, dei-me conta de que cada vez que embarcava num desafio, movida pela vontade de competir, de ter mais e fazer melhor, tinha sempre por base outro processo: a comparação. Faço melhor, trabalho de forma mais eficiente, viajo por mais países… em rivalização com outra(s) pessoa(s). Também usava a comparação comigo mesma, com quem acreditava que fui no dia ou no ano anterior ou até mesmo noutra época da minha vida.


Tomei consciência de que a competitividade me levou várias vezes a estados de insatisfação e frustração. Na base de um comportamento que me movia face aos meus objectivos, estava esta necessidade oculta de “precisar de ser melhor”. Estava presente tanto em objectivos grandes como também em coisas simples, triviais e do dia-a-dia.



Garanto-vos que é um processo cansativo porque acredito que nunca se chega a ser melhor do que ninguém, nem mesmo melhor que nós mesmos. Somos o que somos e temos o que temos em cada momento. E isso é o que está bem. É o que está no seu lugar e o que nos pode dar a paz de viver no presente, satisfeitos com a forma como nos vemos no único momento que existe: o agora.

Quando “sinto que preciso ser melhor que…” estou a enviar-me a mensagem de que não valho, não tenho ou de que não estou a alcançar algo. Foco-me num estado de ausência e de vazio e, claro, isso conduz-me a estados de frustração e desilusão.


Assim, procuro encontrar formas mais criativas e harmoniosas para transcender esta necessidade que alimentei durante tanto tempo (e que possivelmente vai necessitar de atenção durante toda a minha vida).






·         Cuido da forma como penso e como falo comigo

Evito pensamentos de comparação. Reconheço as qualidades das outras pessoas e procuro enaltece-las, fazendo o mesmo com as minhas. Busco adaptar-me e render-me a uma forma de pensar que sinto que me traz mais paz, segurança e auto-estima.

·         Altero o foco para a valorização, gratidão e satisfação

Esta é a famosa opção de ver o copo meio cheio. Valorizo e aceito as características que tenho e o percurso que fiz. Não de forma comparativa mas tomando consciência de que em cada momento fiz o melhor que podia com os recursos (externos e internos) que tinha ao meu alcance. Agradeço cada dia e cada acontecimento procurando integrá-los como bênçãos por aquilo que são, não focando o que está em falta ou que ainda está por vir.

·         Entendo que competir não é inevitável

A Era e o modelo social em que crescemos e vivemos ensinou-nos que somos regidos pela lei do mais forte, criando-nos a necessidade de conquistar uma posição elevada ou poder sobre algo.

Defendo que este não é o único modelo funcional. Acredito num posicionamento social sem hierarquias e em formas de organização colaborativas. Já existem comunidades e grupos que se gerem com base nestes modelos. Então porque não buscar mais conhecimento e proximidade relativamente a eles e começar a ocupar o nosso lugar no seio deste paradigma?

·         Fazer e querer atingir projectos e objectivos por amor aos que decidimos empreender

Podes chegar a questionar:

- Se tudo está bem como está e agora não quero competir mais, vou deixar-me estar e ver a vida passar. É isso?

Do meu ponto de vista (que não é nem pretende defender uma verdade única) o objectivo não passa por deixar de fazer ou desafiar-se a chegar a outros lugares. A base desta questão tem mais que ver com a razão pela qual fazemos cada coisa. Abraçar cada desafio por amor a essa arte ou forma de estar é diferente de querer fazer para sentir-se melhor do que os outros. Fazer para mostrar que se faz, buscando reconhecimento. Então, faço algo simplesmente porque me nutre e alimenta e isso, em si, é a fonte da satisfação pessoal.

·         Colaborar e unir esforços (unir é melhor do que separar num mundo que quer que nos vejamos separados)

Novamente focando o modelo social actual, vemos que a competitividade nos conduz a uma necessidade de individualização, de separação dos outros e de desconexão de uma energia universal que nos une, fortalece e afecta a todos. Somos todos UM. Podemos identificar-nos mais ou menos com outras pessoas e gerir o nosso círculo de amizades e interacções da forma que for mais fluida para nós mas é importante vivermos em consciência de que todos estamos conectados e nos influenciamos energeticamente. Não há separação. À medida que me aceito e transformo, construindo um caminho de paz, estou a enviar essa energia aos que me rodeiam e para o mundo. Quando consigo encontrar o meu lugar nessa forma de estar, mais facilmente me aproximo de pessoas que querem praticar os mesmos valores. Vão-se construído círculos que se apoiam e vivem esta energia em comunhão. Nem sempre, num mundo tecnológico, estas pessoas estão fisicamente ao nosso lado, no entanto construímos juntos uma rede que se expande. À medida que essa expansão acontece, deixam de fazer sentido as lutas pelo poder e a necessidade de nos individualizarmos ou defendermos tanto. Há mais comunhão e amor partilhados, havendo cada vez menos espaço para o medo e a separação.

Daniela Toscano
danielalourotoscano@gmail.com




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