sábado, 11 de abril de 2020

Despir o corpo é fácil... Já alguma vez despiste a Alma?

A Alma é aquele lugar que está para lá da pele.

Não se vê com os olhos, não se cheira nem se lambe. A alma vai para além dos sentidos que vivem à superfície.

Habita-nos, mas não a mostramos. 

Guarda os nossos segredos, enaltece as nossas fragilidades, contém a nossa essência e liberta-nos do corpo e do ego.

Desvestir a alma é considerado um ato heróico. Já alguma vez te mostraste desde esse lugar etéreo, puro, sublime? Não te sintas mal se a tua reposta for não… Acredito que navegamos juntos/as nesse barco.

Possivelmente nem sequer nos permitimos a nós próprios/as transcender o corpo e mergulhar fundo para alcançar essa conexão profunda e essencial com o nosso Ser Divino.

Resistimos a dar esse salto para o que pensamos ser um vazio, o desconhecido.

Quando somos paridos/as neste mundo, a nossa alma chega sem roupa, sem proteção, vindo ainda conectada com o universo infinito.  
Assim que chegamos começamos a viver a angústia da separação, da desconexão e a sentirmo-nos sozinhos e desamparados se não somos acolhidos nos braços e na pele da nossa mãe.

À medida que crescemos, a nossa alma, essência ou espontaneidade (como lhe queiras chamar) vai ganhando novas peles e novas roupas. Condicionamentos. Modelos. Vamos vestindo-a até com aquilo que não lhe pertence, que não lhe serve e que não respeita o seu tamanho.

A alma, ao longo do tempo, começa a vestir-se de vergonha, tristeza, falta de auto-estima, necessidade de perfeição, … E não damos conta de que estamos a esconder quem realmente somos, para nos adaptarmos a um mundo que insiste em nos condicionar nos seus modelos e padrões.

Recuperar a conexão com a nossa alma é um exercício de beleza imensa, que pode ser feito em verdade e sem filtros por todas as pessoas. Despir a alma implica ter a ousadia de derreter algumas couraças que fomos criando no nosso corpo emocional e a coragem de nos voltarmos a ver sem roupas, sem corpo, nem ego…

Implica conectarmos com as nossas feridas, escondidas atrás de grossas camadas, para depois as tocarmos e acariciarmos com amor e aceitação. Despir a alma é um exercício de valentia, sim. De coragem e empoderamento.

Experimenta sentar-te em posição de meditação frente a um espelho. Reserva pelo menos 30 minutos para ti e coloca uma música que te ajude a entrar num estado meditativo, de conexão contigo, com o teu Ser mais profundo e divino. (Se quiseres segue a meditação guiada que te disponibilizamos no fim deste post).

Faz algumas respirações lentas e profundas e quando estiveres preparado/a, olha para ti no espelho, olha-te nos olhos. Conecta-te profundamente com esse ser que está à tua frente e que está prestes a mostrar-te o reflexo da tua alma.

Quando te sentires totalmente conectado/a contigo, começa a desvestir a tua alma… Devagar e no teu tempo, despe um acessório ou peça de roupa que tenhas vestido e diz para ti mesmo/a em voz alta o que realmente estás a despir:

- Eu dispo a vergonha que sinto. (por exemplo)

Mantém sempre a conexão contigo, em amor e vulnerabilidade e continua a retirar cada peça de roupa à medida que te vais dizendo aquilo que estás a despir:

- Eu dispo o perfeccionismo… Eu dispo a sensação de inferioridade… Eu dispo o achar-me feio/a… Eu dispo a vitimização…

Despe tudo, tudo aquilo que está a esconder a tua essência, tudo aquilo que te impede de conectar diretamente com a tua alma. E mesmo quando já te encontrares nu/a frente a ti podes continuar a dizer o que queres despir até que sintas que já soltaste cada capa, cada condicionamento…

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Sempre em conexão com o teu eu essencial, com todo o respeito e cuidado por ti mesmo/a começa agora a conectar com o teu corpo, sem capas, sem filtros e reconhece a beleza que existe nesse ser despido de preconceitos… sem capas ou filtros. Conecta com a tua alma e experimenta abraçar-te, tocar a tua pele em auto-cuidado, olhando cada cicatriz, cada imperfeição, acolhendo-te e perdoando-te por cada uma das vezes que foste quem sentias que não eras e te foste infiel comportando-te de maneiras que não querias.

Acolhe-te, abraça-te, celebra-te… Ama-te tal como és, sem te esconderes de ti próprio/a. Aceita-te. Mergulha no teu Ser mais puro, naquele lugar que sabes que faz parte de algo maior e entrega cada pedacinho de couraça ao universo para que seja transformado em amor e liberdade. 

Olha para ti no espelho, profundamente. Atravessa a tua pele, carne, ossos, atravessa o espelho, e funde-te em puro amor com o teu Ser essencial. Respira profundamente, fecha os olhos, sente o teu corpo e a tua alma a expandirem-se para além dos condicionamentos e das limitações que te impediram de ser quem és. Respira.

Respira e permite-te ficar nesse estado durante o tempo que precisares e sentires.

Quando regressares a ti, no teu ritmo e no teu tempo, começa a vestir-te com as novas roupas da tua Alma. 

À medida que voltas a vestir-te podes dizer:

- Eu visto amor-próprio.

- Eu visto confiança em mim mesmo/a.

- Eu visto alegria. Eu visto leveza. Eu visto liberdade para ser quem sou. Eu visto verdade nas minhas relações...

Veste tudo aquilo que a tua Alma te pedir e diz-te a ti mesmo/a o que estás a vestir. Veste cada roupa e acessório com gentileza e amor. Toma o teu tempo e respira profundamente, acolhendo o teu Ser. 

Para terminar o exercício podes sorrir, para ti, em frente ao espelho, podes levantar-te e mover o teu corpo, dançar numa celebração que acolhe o teu Ser Divino e Essencial. Estás agora mais em verdade contigo! Sê bem-vindo/a a uma relação mais honesta com a tua Alma!


Se preferires podes fazer esta meditação de forma guiada, escutando o audio que te disponibilizamos aqui:





Em Amor,
com Alma, Corpo e Mente!

Daniela Toscano
danielalourotoscano@gmail.com

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