Se me dissessem isto há uns
tempos atrás negaria esta afirmação com todas as letras, mas nos dias que correm
deixei de me preocupar em demasia com os valores dos outros e preocupar-me mais
com os meus, cumprindo da melhor forma aquele que é o meu compromisso, ao invés
de usar as minhas forças para fazer alguém acreditar nos meus.
Querem saber? É
uma perda de tempo de energia, por muito boa vontade que exista, porque na
verdade somos efectivamente todos diferentes, e se esta mudança de estrutura só
servir para nos destruir porquê lutar? O melhor é cultivar aquele que tem sido
o meu maior valor dos últimos tempos, o desapego.
Desapego e Desprendimento
Muitas vezes confundidos, desapego e desprendimento são dois conceitos totalmente diferentes, que não significam o mesmo.
Praticar o desapego é deixar de viver na dor da ansiedade e entregar ao Universo, deixando que este flua, no seu tempo e espaço, aprendendo
com o passado, desconectar-se do futuro e viver o presente o mais
possível. Porque havemos de continuar a sofrer com a depressão do passado, que nos prende e nos impede de avançar ou viver em
ansiedade com o futuro se é o presente que nos constrói?
Desprendimento é simplesmente não se querer saber sequer de nada nem de ninguém, sobretudo quando se magoa o outro.
Família e estruturas de apoio
Todos nascemos com estruturas
educacionais diferentes, em diferentes locais, tipos de famílias com energias
nucleares diferentes, com maiores e menores níveis de empatia.
Todos estes fatores
não nos tornam propriamente pessoas más, mas muitas vezes com valores muito
distintos, que não valorizam o mesmo que nós, ou que pelo menos a maioria.
Poderá parecer sinistro o que vou afirmar, mas até para os sociopatas e psicopatas, mesmo nós sabendo que a sua psicopatologia é disfuncional, e os condenemos moralmente, têm o seu próprio sistema de valores, e para eles tudo aquilo que fazem tem uma lógica moral, mesmo que desprovida de qualquer tipo de emoção e "sem moral" para o mais comum dos mortais.
Decisions decisions...
Por muito difícil e doloroso que saibamos que possa ser, tanto para nós, como para o outro, devemos ser capazes de criar empatia com o outro, pese embora
que isso implique um afastamento pontual ou definitivo, ou que tenhamos de cortar para sempre qualquer tipo de contacto. Está certo? Está errado? Eu não sei, porque o meu sistema de valores é diferente, com toda a certeza do sistema de quem possa estar a ler este artigo.
Contudo é importante frisar que sempre que nos afastamos do nosso sistema de valores estamos a trair-nos, e certamente isso só nos trará infelicidade. Se nas relações eu defendo o respeito, a lealdade e a amizade, certamente que jamais me conseguirei ligar de forma pacífica com alguém que desrespeita, é desleal e egocêntrico.
O que te diz o teu sistema de valores?
Em amor
Com Alma Corpo e Mente
Em amor
Com Alma Corpo e Mente
Sofia Rijo
sofia.rijo@gmail.com
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