Ficar imóvel, interromper todos os fluxos
distractores, os externos e os internos, ficar assim, aí, nesse estado de vazio
e ausência, apenas e só, sem fazer nada – observar.
Em crianças tantas vezes nos encontramos nesse estado...
Quando foi que desaprendemos esta arte?
Porque nos sentimos tão inúteis e culpados quando nos propomos
nada fazer? Fugimos do quê, de quem, quando evitamos estar sem nada fazer? O
que tem a contemplação de tão subversivo para a termos extinguido das nossas
vidas? Da nossa sociedade? A sociedade da velocidade e da multiplicidade de
estímulos, a sociedade do barulho das luzes...
É urgente reaprender esta arte! Numa arriba, numa floresta, à janela
ou no chão da sala, pára, cala-te, sossega, deixa o vazio entrar... Contempla!
Contemplar calibra-nos a alma, devolve-nos a liberdade.
Rita Carreto
ritatoscanocarreto@gmail.com
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