quarta-feira, 27 de junho de 2018

Dependes das Redes Sociais?



A crescente vida partilhada nas redes sociais gerou um movimento em que nos mostramos quase sempre felizes, a fazer coisas bonitas ou interessantes e vivendo em relações harmoniosas. Revelar o lado B da vida, aquele lugar onde aparecem as aflições, as desorientações e onde tantas vezes nos sentimos sós, tornou-se quase tabu. As redes fazem parte integrante do quotidiano e acostumamo-nos a passar mais tempo olhando para um emaranhado de informação filtrada e tratada que nos gera sentimentos de comparação e, várias vezes, infelicidade.
É certo que as redes nos ajudam a ter acesso a mais informação, facilidade de contacto e outros elementos úteis e construtivos… Mas estaremos a tirar melhor partido dessas possibilidades? 


Talvez estes canais nos levem facilmente por um caminho de desconexão daquilo que nos torna mais humanos. Pode ser que precisemos de estar menos tempo em redes sociais e passar mais tempo nas redes reais, formadas por gente verdadeira e conectada com as suas emoções.

Há quem diga que todo este apoio tecnológico ajuda quem é mais tímido ou tem tendência a se isolar, a ter mais interação e contactos com outras pessoas (ainda que sejam por via virtual). Supostamente essa seria uma vantagem. Pessoalmente, discordo… Seria talvez mais construtivo perceber porque é que essa pessoa que se isola, querendo afinal estar em contacto de alguma maneira. E assim, poder providenciar estruturas de apoio para que construa relações que a satisfaçam, não necessitando de se “esconder” por detrás de um telemóvel ou um computador.

O facto de, em teoria, estarmos disponíveis através dos nossos smartphones sempre conectados à internet, também nos leva a cair na expectativa da resposta imediata, do feedback instantâneo. E isso tem-nos vindo a gerar ansiedades e desconfortos…

- Já leu mas não respondeu. Está online… Porque não responde? – Pensamentos como este podem ser apenas o início de um rol de palavras que ficam a ressoar na nossa cabeça, por tempo indeterminado, até que chegue a desejada resposta.

É importante, talvez, usarmos as redes e outros apoios tecnológicos com mais consciência e honestidade, respeitando as nossas emoções, ritmos e tempos. Também pode ser recomendável observar a relação que mantemos com os nossos smartphones. Serão eles já “extensões do nosso corpo” que levamos sempre connosco e consultamos a cada cinco minutos mesmo que não haja nenhuma razão para isso? Ou podemos facilmente conseguir momentos de desconexão da tecnologia, sem que fiquemos ansiosos porque não estamos a ver ou responder às mensagens de whatsapp ou comentários no facebook?

Fica o convite a cada pessoa que sinta que faz sentido refletir sobre este tema e decidir a favor de uma relação mais harmoniosa e saudável com os benefícios da tecnologia na nossa vida.

Daniela Toscano
danielalourotoscano@gmail.com

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